REDSACOL ALAMES Venezuela diante da intromissão imperial
A Rede de Saúde Coletiva (REDSACOL), afiliada da ALAMES (Associação Latino-Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva) na Venezuela, expressa seu forte repúdio à aberta interferência dos Estados Unidos e da União Europeia nos assuntos políticos da Venezuela.
O mundo capitalista com a liderança dos Estados Unidos vem sitiando economicamente a nação venezuelana, no âmbito do que é conhecido como guerra híbrida ou de quarta geração, com o objetivo de desestabilizar governos que não são do agrado do império e dos quais ele quer se apropriar de seus recursos naturais. Nos últimos dias, essa guerra foi orientada, seguindo roteiros já usados no Oriente Médio, particularmente na Líbia e na Síria, para propiciar um governo paralelo, chefiado pelo deputado Juan Guaidó, que de forma absolutamente espúria e inconstitucional, seguindo instruções do governo dos Estados Unidos, proclamou-se e jurou-se como “presidente da Venezuela” à margem da lei e da constituição. contando imediatamente com o reconhecimento do governo Trump e da maioria dos países do grupo de Lima, hoje sob governos claramente de direita e sob a tutela do grande capital que domina o mundo capitalista.
Vale ressaltar que as tentativas do governo dos Estados Unidos de colocar a intervenção político-militar da Venezuela na agenda da OEA e do Conselho de Segurança da ONU fracassaram de forma retumbante, pois sem obter o voto necessário tiveram que enfrentar a posição digna de um grande número de países que defendiam soberanamente a posição da Venezuela.
A situação é extremamente tensa, as ações econômicas contra a Venezuela se aprofundaram, principalmente contra a PDVSA e seus ativos no exterior. A expropriação da CITGO, a colocação de fundos pertencentes à nação venezuelana a serviço do ilegítimo e ilegal Guaidó, a apreensão do ouro venezuelano pelos bancos da Inglaterra, a recente incursão nas águas territoriais da Venezuela por um navio da Exxon em cumplicidade com a Guiana, constituem uma clara decisão de intervenção estrangeira que ameaça nossa integridade territorial. nossa soberania e abrir o perigo de um confronto em larga escala.
Nessa perspectiva, não está descartada uma intervenção militar temerária, que poderia desencadear uma dramática conflagração que geraria sofrimento e destruição à nação e ao povo venezuelano. No entanto, com um claro senso de dignidade e anti-imperialismo, é evidente a disposição do povo venezuelano de enfrentar e derrotar qualquer intervenção promovida pelos Estados Unidos ou seus aliados na região.
Uma intervenção estrangeira encontraria todas as pessoas dignas da Venezuela se levantando, não apenas os apoiadores de Maduro.
Apenas uma oposição apátrida e desesperada está empurrando essa opção distintamente antinacional.
É importante entender que a Venezuela está hoje no centro de um conflito geopolítico de grande transcendência, os Estados Unidos buscam ter acesso fácil e seguro aos recursos naturais estratégicos de nossa pátria.
A REDSACOL ALAMES assumiu uma posição crítica sobre a situação da saúde na Venezuela e fez propostas para enfrentar essa situação.
Não hesitamos em apontar os erros e equívocos do governo nacional, incluindo a incompetência e a corrupção existentes, bem como a entrega de recursos naturais a empresas de capital transnacionais.
No entanto, neste momento, somos claramente contra qualquer intervenção estrangeira. Os assuntos políticos da Venezuela são resolvidos pelos venezuelanos. Somos pela paz, contra a violência, por uma solução negociada para a situação crítica do país.
Apelamos ao povo para resistir com dignidade, para se preparar para tempos difíceis e complexos de combate em todos os campos.
Rejeitamos a intervenção dos Estados Unidos na política venezuelana. Diante de qualquer interferência imperial na Venezuela, eles nos encontrarão na primeira fila confrontando o império.
Deixem o povo venezuelano decidir o que deve ser feito. Esperamos uma solução democrática, popular, pacífica e soberana para a crise.
NÃO À INTERVENÇÃO ESTRANGEIRA!
REDSACOL ALAMES, 31 de janeiro de 2019