Alames Internacional se solidariza com a luta do povo equatoriano
A Associação Latino-Americana de Medicina Social e Saúde Coletiva (ALAMES) denuncia e condena os atos de repressão coletiva e individual realizados pelo regime de Lenin Moreno contra a população equatoriana que protestou contra as medidas econômicas orientadas pelo FMI e executadas servilmente pelo governo neoliberal de Lenin Moreno.
As medidas incluem pacotes tributários destinados a favorecer grandes empresários e empresas transnacionais, ao mesmo tempo em que se procede à eliminação dos subsídios aos combustíveis e a uma série de medidas para aprofundar a precarização trabalhista, em confronto aberto com os direitos trabalhistas universalmente reconhecidos, inclusive subscritos pelo Estado equatoriano. Entre estes últimos, destacam-se a supressão do direito ao descanso com a redução das férias de trabalho em 50% e a ordenação da contribuição adicional de um dia útil a todos os trabalhadores para o pagamento da dívida, demissões ilegais em massa no setor público e o aumento da exploração por parte dos empregadores, como a redução de todos os contratos de trabalho em 20%. A eliminação dos subsídios liberalizará os preços e gerará aumentos severos nos serviços básicos, o que afetará seriamente toda a população equatoriana, mas especialmente as mulheres e a população mais desfavorecida, que verão suas condições de vida gravemente afetadas, incluindo o direito universal à saúde e à própria vida. Em particular, reduzirá seu poder de compra real para se abastecer de alimentos, medicamentos, roupas, material escolar e outras necessidades básicas. As medidas econômicas foram anunciadas pelo presidente Lenín Moreno em 1º de outubro e, com ampla e justificada razão, a população protestou contra essas medidas neoliberais de submissão total do governo do dia ao FMI, medidas que, como sempre, fazem os custos recaírem sobre as costas das classes populares. Os protestos populares foram recebidos com repressão, prisões arbitrárias (com uma diferença preocupante entre as pessoas capturadas e desaparecidas e as relatadas nas unidades de flagrante delito), vigilância apertada e perseguição seletiva de líderes populares e o deslocamento de unidades antimotim e outras forças policiais nas principais cidades do país. bem como as tentativas de neutralizar e dissolver as reuniões populares. Tudo isso mostra a essência e a vontade repressiva de um governo totalmente deslegitimado, divorciado das necessidades de seu povo. Diante de todos esses fatos alarmantes, a ALAMES:
- Levanta sua voz de protesto e conclama a comunidade latino-americana em geral a mostrar solidariedade com o povo equatoriano nestes tempos difíceis, bem como a acompanhar seus dias de protesto e reversão das medidas econômicas ditatoriais que pretendem ser impostas ao povo equatoriano.
- Propõe aos coletivos ALAMES em cada país divulgar e conscientizar sobre a situação para contribuir para romper o cerco midiático sobre as origens dos protestos no Equador e o encobrimento cúmplice dos meios de comunicação, a fim de reverter as medidas e condenar a repressão
- Exorta sua militância a mobilizar o setor saúde, enfatizando os efeitos sobre o direito à saúde, como as ameaças de cobranças no sistema público e outras formas de privatização e terceirização de serviços de saúde.
COORDENAÇÃO INTERNACIONAL DA ALAMES