MARGARITA POSADA apresenta seu balanço de saúde de 4 anos de administração ditatorial de Bukel
4 anos: Terrorismo de Estado que abandona os serviços e gera adoecimento, morte e deterioração da saúde mental coletiva.
Nem MEGA-Ferrovias e MEGA-Aeroportos, nem MEGA-Cidades (Bitcoin City), nem MEGATuricentros (Surf-City), apenas uma MEGA-Prisão e uma MEGA-Crise de Saúde.
Nayib Bukele prometeu aprofundar a Reforma da Saúde, mas nunca fez tal coisa. Nos primeiros dois anos, sua política era não ter uma política que garantisse o direito à saúde. Em seguida, publicou um “Plano Estratégico” pelo qual não foi responsável até o momento.
Ao longo de sua gestão e com destaque para o último ano, o Ministério da Saúde, seguindo as ordens de Bukele, reverteu sistematicamente o processo de Reforma:
- 1) Desde o início, desmantelou ações e programas que melhoraram a saúde integral de base comunitária e a continuidade do cuidado em toda a rede de saúde.
Foi o caso dos programas sociais, dos programas de promoção da saúde, da articulação por meio de redes de saúde integrais e integradas e dos programas preventivos e curativos mais relevantes, incluindo: merenda escolar, copo de leite, pensões básicas, programas de prevenção da gravidez na adolescência, programas de alfabetização, Unidades Integrais de Atenção Especializada à Violência contra a Mulher, o programa Ciudad Mujer e outros. - 2) Anulou a participação social em saúde, fechando mecanismos efetivos para viabilizá-la, como os Escritórios de Direito à Saúde com suas caixas de sugestões e controle social nos estabelecimentos de saúde
- 3) Enfraqueceu o Sistema de Informação em Saúde a ponto de torná-lo inútil, contando com a declaração de sigilo das informações.
A vigilância epidemiológica comunitária e o Sistema de Informação perderam, assim, importância para a tomada de decisão em casos de emergências, alarmes sanitários ou pandemias - 4) Condenou ao esquecimento as campanhas de vacinação “Atualize-se” para aumentar a cobertura vacinal na infância, os “clubes” de pacientes com várias doenças crônicas (Diabetes, Hipertensão, Doença Renal Crônica, câncer) e muitos outros programas bem-sucedidos da Reforma Sanitária, concentrando todos os seus esforços na aplicação da Lei Nascer com Amor, que tem como foco reforçar as relações de poder sexistas.
- 5) Procedeu-se ao fechamento de pelo menos 17 ECOS e à mudança de suas funções para as demais, o que desvirtuou seu relevante trabalho itinerante nas comunidades, suspendendo também a dispensarização (classificação e atendimento personalizado de acordo com a vulnerabilidade e risco dos grupos populacionais sob responsabilidade de cada ECO e Unidade Comunitária de Saúde da Família.
- 6) Situação semelhante ocorreu com a equipe das Casas de Espera Materna, que, além de ver seus recursos e apoios governamentais reduzidos, experimentaram uma sobrecarga de funções vinculadas ao programa presidencial “Nacer con Cariño”, que opera com resultados precários, apesar de absorver um percentual considerável do orçamento do primeiro nível de atenção e do orçamento hospitalar.
- 7) Essas ações de regressão franca e irracional tiveram consequências terríveis, como a alta mortalidade devido à pandemia, durante a qual o GOES relatou 4.240 mortes.
No entanto, a OMS, a revista The Economist, a Universidade de Oxford e o Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington, em estudos independentes sobre o excesso de mortalidade, estimaram que o país teve nada menos que 26.000 mortes por COVID. Em outras palavras, o MINSAL manipulou os dados para ocultar mais de 22.000 mortes devido à pandemia, usando “a reserva de informações estratégicas” - 8) A deterioração dos principais indicadores tem gerado alarme em todos os níveis: a mortalidade materna triplicou (dados do observatório ORMUSA), as taxas de mortalidade na população que sofre de doenças crônicas não transmissíveis também aumentaram devido a esse abandono do modelo de atenção à saúde da família.
A mortalidade infantil dobrou, a cobertura vacinal retrocedeu mais de 25 anos, o que ameaça seriamente as crianças com o reaparecimento de múltiplas doenças que não eram mais vistas, mas que logo aparecerão devido aos não vacinados que continuam a se acumular perigosamente: poliomielite, coqueluche, caxumba, difteria, sarampo e outras doenças eruptivas da infância são apenas algumas delas.
De fato, já são conhecidos surtos de sarampo em municípios como Carolina em San Miguel e caxumba em outras áreas do país. - 9) O aumento da pobreza e da pobreza extrema, a deterioração da economia, a crise alimentar, a crise hídrica, a escassez pública de medicamentos e a manifesta incapacidade dos funcionários responsáveis, nada mais fazem do que agravar esta MEGA CRISE SANITÁRIA dia a dia.
A isso se somará também o acesso cada vez mais limitado à água potável para consumo humano, que se agravará com a implementação dos projetos imobiliários que este governo aprovou aos seus parceiros oligárquicos da família Dueñas.
O abastecimento de água à capital entrará em situação crítica quando entrarem em operação projetos imobiliários como Valle El Angel e será ainda mais agravado se forem ativados os 29 projetos de mineração localizados na área de captação do aquífero do rio Lempa, cuja exploração Bukele propõe conceder às mineradoras.
A atividade de mineração reduzirá drasticamente o fluxo do Lempa, além de contaminá-lo com cianeto e metais pesados, impossibilitando o consumo, incluindo 40% da água utilizada por San Salvador. - 10) A ocultação de dados é capital (não apenas dados pandêmicos, mas TODOS os dados). “Afeta a segurança publicá-los”, dizem as autoridades.
Na Saúde, a ocultação não envolve apenas mortes por COVID, mas também o fornecimento de medicamentos, licitações, prêmios, compras, contratação de pessoal, estado e manutenção de equipamentos e quaisquer outros dados ou processos que possam evidenciar a má gestão deste governo.
Essa manipulação e ocultação de dados em todos os níveis só é superada pelos níveis de corrupção com o dinheiro da pandemia, a montagem do agora não utilizado Hospital El Salvador, as grandes empresas com o orçamento da saúde, o desvio de empréstimos como o novo Rosales, o Hospital Nejapa e outros, todos eles sob a proteção da “reserva estratégica de informações” - 11) Consideração especial merece a MEGA-PRISÃO, a bandeira emblemática do estado de emergência que sofremos há 15 meses.
Este Centro tem funções horríveis: tranca e esquece pessoas inocentes (como a menina com menos de um ano de idade que foi presa com a mãe e levada para a prisão. Ele não viveu o suficiente para descobrir que morreria por pertencer a associações ilícitas antes mesmo de aprender a falar.)
A MEGA PRISÃO não apenas espalha doenças transmissíveis.
Lá, também, tortura e assassinato são realizados.
De acordo com um relatório da CRISTOSAL, um ano após o estado de emergência, 139 pessoas morreram violentamente sob custódia do Estado.
Os presos e suas famílias são extorquidos, que pagam por sua alimentação e suprimentos básicos para seus cuidados, investindo uma média de 100 dólares por mês que favorece os guardas e pessoas próximas ao regime.
A MEGA PRISON é para o Ditador, sua principal arma de propaganda e geração de imagem.
Nada poderia ser mais diabólico do que isso.
A MEGA PRISÃO é a ponta de lança da estratégia de Terror do Estado para operar a saúde mental da população e controlá-la melhor e com mais facilidade.
Alicia Stolkiner, uma das mais prestigiadas acadêmicas em saúde mental do continente, sobrevivente da ditadura argentina, ao conhecer esse projeto aberrante de Bukelia, disse: “Toda experiência desse tipo, todo centro de detenção irregular é algo que é realizado para operar em toda a sociedade, não apenas naqueles que estão presos nela”. - 12) Portanto, a política bukeliana inconstitucional do estado de emergência não é reabilitar ninguém, nem definir sua culpa ou inocência, muito menos conhecer e atender às necessidades dos capturados, enquanto decide se os tortura ou mata.
Prova disso é a conduta seguida com um de seus presos mais relevantes, SAÚL AGUSTÍN RIVAS, capturado junto com outros 4 líderes da comunidade de Santa Marta por colocar em risco a reativação da mineração de metais, um dos principais negócios que impulsiona a mentalidade ditatorial perversa e ambiciosa.
Saúl tem 56 anos e sofre de diabetes.
Três meses antes de sua captura, ele descompensou e teve um longo período de recuperação.
Desde sua captura em janeiro, ele não recebeu cuidados de saúde, longe disso, quando sua defesa e parentes pediram para avaliar seu estado de saúde, ele foi transferido para a prisão de Izalco, a prisão mais perigosa do país e foi impedido de se comunicar com sua família e sua defesa.
A história de sua doença torna sua hospitalização obrigatória, mesmo que ele seja vigiado, mas não uma admissão na prisão.
A verdadeira razão para retê-lo e humilhá-lo é criminalizar a organização comunitária, aterrorizar a população, obter sua morte e torná-la “exemplar”. Uma lição de fascismo.
Neste dia 1º de junho, a ALAMES-MARGARITA POSADA renova seu compromisso com a população, especialmente com seu direito fundamental à saúde.
Não à ditadura bukeliana e à sua ambição excessiva de se reeleger e se perpetuar no poder!
NEM UM PASSO PARA TRÁS, NEM MESMO PARA GANHAR IMPULSO!
São Salvador, 1º de junho de 2023